terça-feira, 31 de março de 2009

Escrita Criativa

Na semana cultural,a sala B3 é espaço de criatividade
No dia das Línguas, como é tradição da semana cultural, desde há oito anos, os alunos podem dirigir-se à sala B3 para escreverem textos criativos em três línguas, com base nas propostas de escrita que estão expostas na sala.
Em Maio, serão divulgados os resultados deste concurso e haverá prémios como também já é habitual.

sábado, 21 de março de 2009

21 de Março, 2009 - Festa da Pesia no CCB




A Vergílio Ferreira esteve na Festa da Poesia no CCB.

Eis alguns dos nossos amantes da poesia que leram poemas, partilhando o seu gosto com os presentes.
Foi gratificante, para quem assistiu, ver como se cruzaram gerações de rostos deliciados com a poesia. Ouvimos poemas ditos por vozes de sete a setenta anos e tudo acontecia muito simplesmente sem grande formalismo, apenas era preciso dizer e, sílaba a sílaba, os poemas emergiam...


O João Godinho leu um belo poema de Álvaro de Campos


A Catarina Rosa leu um poema de Luís Máximo, antigo aluno da nossa escola,
e um outro de sua autoria.
A Leonor Ferreira leu um poema da Raquel Blanco, antiga aluna da Vergílio, e um outro de Manuel Alegre.

A Ana Loureiro leu um poema de José Luís Peixoto e outro de Al Berto
O João Maltez leu o Poema em Linha Recta de Álvaro de Campos

terça-feira, 17 de março de 2009

Semana cultural -19 a 24 de Março

Mais uma semana cultural na Vergílio Ferreira cheia de actividades bem variadas e de muita qualidade.
Convidamos a comunidade escolar a assistir .




SEMANA CULTURAL 2009

- De 19 a 24 De Março -
19 A 24 DE MARÇO

 Exposição Pessoa(s)

Responsabilidade: Professoras Alcina Neves, Lucrécia Costa e Lurdes Simões

 Exposição de Folhetos e Marcadores - “Ler é Divertido”

Responsabilidade: Professores de Português e CRE

 Exposição de trabalhos dos alunos de Francês

Responsabilidade: Professores de Francês

 Exposição de trabalhos dos alunos do 8º 3ª de Inglês
Responsabilidade: Professora Luísa Santos

 Exposição de trabalhos dos alunos do 11º 8ª de Desenho

Responsabilidade: Professora Ana Sofia Barros

 Exposição de trabalhos dos alunos de Educação Tecnológica

Responsabilidade: Professores de Educação Tecnológica

 Apresentação pública dos resultados do micro-projecto: “Um Mundo Cheio de Ideias”
(Construção de uma barra cronológica) Ver mais em: adescobertadafilosofia.bogspot.com

Responsabilidade: Professor Carlos Badalo


 Exposições – Bloco D

 Exposição de trabalhos dos alunos de Matemática do 7º e 8º anos

Responsabilidade: Professoras Cristina André, Isabel Torres e Raquel Silva


 Exposições – Bloco F

 Exposição de cartazes realizados pelos alunos de Física
Tema: Ciência, Tecnologia, Sociedade

Responsabilidade: Professoras Ana Ramalho, Fátima Sousa


19 DE MARÇO

 Inauguração formal de uma escultura - “Mãe África” Às 18.00
Projecto integrado no “Março é Juventude”

Responsabilidade: Professora Isabel Sabino e alunos do 12º 9ª

Destinatários: Comunidade Educativa, UNICEF
Imediações da Escola


23 E 24 DE MARÇO

 Exposição/Venda de Minerais - Bloco A Das 9.30 às 15.30

Responsabilidade: Professoras de Biologia



24 DE MARÇO

 Mostra de Formações – 2009 Das 8.15 às 17.00

Convidados: Instituições do Ensino Superior
Responsabilidade: Dra. Ana Carita

Destinatários: Alunos dos 9º, 11º e 12º anos
Pavilhão C

 Exposições – Bloco G

 Exposição de trabalhos de alunos de Biologia Das 9.00 às 12.30 e das 13.45 às 16.00

Responsabilidade: Professoras de Biologia

 Inauguração Às 18.00
Pintura de um Mural concedido pela Junta de Freguesia
Projecto integrado no “Março é Juventude”
GRAFFITI colectivo feito por um grupo de “Writers” convidados pelos alunos, sendo alguns deles de renome nacional

Responsabilidade: Professora Isabel Sabino e alunos do 12º 9ª

Destinatários: Comunidade Escolar
Estrada da Luz

terça-feira, 10 de março de 2009

Ilustrar Pessoa


Fernando Pessoa – A Aranha

A aranha do meu destino
Faz teias de eu não pensar.
Não soube o que era em menino,
Sou adulto sem o achar.
É que a teia, de espalhada
Apanhou-me o querer ir...
Sou uma vida baloiçada
Na consciência de existir.
A aranha da minha sorte
Faz teia de muro a muro...
Sou presa do meu suporte.


O poeta expõe, em onze curtos versos, a temática da dor de pensar. Compara-a a uma teia de aranha que surge em espaços sem uso.
Por constantemente intelectualizar as emoções, transformando-as em pensamentos, abstrai-se da verdadeira realidade, a realidade presente daqueles que vivem simplesmente, sem se questionarem acerca do destino que vai sendo construído. Ao fazer isto, “A aranha do seu destino” tem espaço e tempo para criar teias no seu destino: este torna-se não um destino com o qual se sonhe, mas um destino inevitável: o de viver o passado.
O seu presente torna-se em passado: as oportunidades surgem-lhe na vida, mas ao racionalizá-las, perde-as. Assim, essas ocasiões que surgem não são mais que fragmentos passados, já que perde tempo a pensá-las.
Nem mesmo quando era criança aproveitou a inocência e a felicidade da inconsciência, era “adulto sem o achar”.
Assim o explica no verso “É que a teia, de espalhada/ Apanhou-me o querer ir”. Consequentemente, perde o seu rumo, a sua corrente de vida. Tomba, tal mosca presa na teia de uma aranha. A sua vida baloiça “Na consciência de existir”. A sua consciência é, então, um emaranhado de pensamentos do qual não consegue sair. Por isso, a sua realidade perde-se em caminhos e destinos; já não sabe quem é, nem sequer “soube o que era em menino”, quanto mais que teia escolher...
Finalmente, o sujeito poético não pode fazer mais nada senão resignar-se à sua consciência, sendo “presa no seu suporte”, “na consciência de existir”.

Como base de comparação com o poema, escolhi a seguinte obra de Salvador Dali, intitulada “Nascimento do Homem Novo”.
Após uma observação cuidada, detectei que estão presentes, na imagem, três planos.
No primeiro plano encontra-se o plano de relevo do “ovo”: os continentes e as saliências na superfície provocada pelos pés e pelo joelho. Aqui, formas de continentes e saliências do corpo humano conferem um dinamismo irregular à forma oval. Os continentes surgem como o rosto da superfície oval, são a sua aparência. Uma gota de sangue surge entre a grandiosa fenda existente na superfície. Com isto, a esfera encontra-se amolgada, como que definida pela vida; os seus continentes e as saliências são marcas de vida, tal como as rugas o são nas pessoas.
O segundo plano surge como a personalidade do “ovo”; brota pela fenda a figura de um homem, nascendo gradualmente, incompleto. Percebemos que existe algo mais dentro da esfera, algo desconhecido.
Podemos também observar um terceiro plano: o fundo. Aqui, os dois tons contrastam com a figura do ovo e do homem, realçando a importância do nascimento do ser.
Finalmente, ao comparar a temática presente na imagem com a temática do poema, constato que o poeta, tal como o homem, ao querer o Mundo (os continentes) acaba por ficar preso nessa ambição; quanto mais quer, mais esconde a sua verdadeira realidade, torna-se incompleto. A sua luta apenas cria fendas na sua consciência, tal como é visível na imagem: as únicas coisas que acontecem quando o homem luta por sair do ovo são as saliências do seu corpo na forma oval.
O sujeito poético pensa e intelectualiza tanto que acaba por sofrer, o que é mostrado pela gota de sangue. Com isto, por perder as oportunidades ao transformar as emoções em pensamentos, cria “teias” na sua consciência, de tal forma que esta se torna o Mundo abstracto da realidade das sensações (os continentes).
A sua vontade de ser consciente e ao mesmo tempo escolher as teias da vida deixa-o sem energias, com a sua “vida baloiçada/ Na consciência de existir”. A aranha anseia pela sua gota de sangue, ou seja, a sua perturbação e consciência fá-lo sangrar cada vez mais, já que ter consciência de que se é consciente é pensar na consciência; é ter dor de pensar.

Catarina Capelo
12º9ª

Caeiro, afinal pensa...

Salvador Dali, "Gala Nua Vista por Trás" (1960)




Passei toda a noite, sem dormir, vendo, sem espaço, a figura dela
E vendo-a sempre de maneiras diferentes do que a encontro a ela
Faço pensamentos com a recordação do que ela é quando me fala
E em cada pensamento ela varia de acordo com a sua semelhança.
Amar é pensar.
E eu quase que me esqueço de sentir só de pensar nela.
Não sei bem o que quero, mesmo dela, e eu não penso senão nela.
Tenho uma grande distracção animada.
Quando desejo encontrá-la
Quase prefiro não a encontrar,
Para não ter que a deixar depois.
Não sei bem o que quero, nem quero saber o que quero.
Quero só pensar nela.
Não peço nada a ninguém, nem a ela, senão pensar.


Alberto Caeiro


No poema, Alberto Caeiro refere-se ao sentimento que nutre pela mulher, tornando-se muitas vezes obsessivo e mostrando muitas vezes sentimentos contraditórios como podemos ver no excerto “Quando prefiro encontrá-la/Quase prefiro não a ver”. Alberto Caeiro, que é o poeta que recusa o pensar, nesta obra vemo-lo muitas vezes a desviar-se desse registo, “Quero só pensar nela”. Alberto Caeiro não quer pensar mas não o consegue evitar, o que se vai tornando evidente principalmente no final da sua obra. O amor por esta mulher fá-lo pensar mesmo sem ele querer, de uma forma que ele não consegue controlar.
Na obra Salvador Dali, vemos a representação leve e natural dos traços de uma mulher, de forma a demonstrar a sua sensualidade que tanto prende o homem de uma forma subtil.
Podemos ver que a relação que sentimos entre estas duas obras é o fascínio que os autores demonstram pelas mulheres, a sensualidade que a mulher transmite de forma a prender a atenção do homem e a tomar conta dos seus sentimentos de uma forma que ele próprio não consegue controlar.


Ana Cláudia Delgado nº2 12º 8

Ilustrar Pessoa



Como quem num dia de Verão abre a porta de casa
E espreita para o calor dos campos com a cara toda,
Às vezes, de repente, bate-me a Natureza de chapa
Na cara dos meus sentidos,
E eu fico confuso, perturbado, querendo perceber
Não sei bem como nem o quê...
Mas quem me mandou a mim querer perceber?
Quem me disse que havia que perceber?
Quando o Verão me passa pela cara
A mão leve e quente da sua brisa,
Só tenho que sentir agrado porque é brisa
Ou que sentir desagrado porque é quente,
E de qualquer maneira que eu o sinta,
Assim, porque assim o sinto, é que é meu dever senti-lo...

Alberto Caeiro


Escolhi fazer eu a imagem relacionada com o poema, porque já tinha escolhido este poema e a imagem que o ilustrava era sempre a mesma que me vinha à cabeça: alguém a sair de casa e levar com o sol de chapa na cara.
Neste poema temos a dúvida, o ficar confuso e perturbado em relação ao que a Natureza provoca em nós, os sentidos que são despertados. No final fica concluído que não é para ser entendida a Natureza, temos é de senti-la.
Tentei representar esses sentidos no desenho: o seu sorriso de agrado como calor que recebe e o seu olhar confuso, perdido. Quer racionalizar, mas, por fim, deixa-se levar pelos sentidos. Se não nos libertarmos da constante racionalização, é difícil sentir a Natureza, a realidade. Também quis representar a brisa que passa dando movimente aos cabelos e à camisola, e o material usado facilitou-me isso porque esbate e acentua essa ideia.


Leonor Sousa e Costa
N.º 16 – 12º 9ª

terça-feira, 3 de março de 2009

Ecodesign na Vergílio


A Rita Melo, designer de equipamento, antiga aluna da nossa escola, fez parceria com outra designer e reutilizam embalagens tetrapak para construir malas, carteiras, pastas, ecopontos e outros recipientes de arrumação.
A convite da professora Ana Alves, a Rita esteve na nossa escola para divulgar o seu trabalho e este novo conceito de Design, o Ecodesign




Com embalagens tetrapak, fazem-se objectos que operam a re -volta das embalagens e quanto se pode reduzir, reciclar e reutilizar...Já imaginaram?





O Luís Teixeira esteve também neste mesmo encontro dedicado ao Ecodesign e explicou-nos como cria objectos originais a partir das pequenas "inutilidades" que pomos no lixo.


Candeeiros com base em discos de vinil
Candeeiro contruído com tampas de embalagens tetrapak
Pratos descartáveis formam o pé destes belíssimos candeeiros
Cabides transparentes usados na roupa interior feminina formam um autêntico lustre

Luís Teixeira imagina e constrói objectos que todos gostaríamos de ter na sala com materiais que recicla. São tampas de sumo, cabides transparentes, pratos descartáveis, discos de vinil etc..
Ecodesign é um processo criativo que decorre das preocupações ambientais e que visa um desenvolvimento sustentável.
O Luís é um designer que não fez formação académica nesta área, mas mostra um talento fantástico para descobrir as potencialidades artísticas e funcionais das coisas que mandamos para o lixo.
Na sua opinião, temos de aprender a olhar para as coisas, com os três rs em mente, reduzir, reciclar e reutilizar.
Para os alunos das turmas de Artes que assistiram a este encontro, foi certamente um outro olhar sobre o design, fundamental neste nosso mundo saturado de consumo fácil e tão necessitado de processos que reduzam a nossa pegada ecológica.